Crédito e ações de desenvolvimento territorial do Banco do Nordeste impulsionam mandiocultura no agreste alagoano
Crédito e ações de desenvolvimento territorial do Banco do Nordeste impulsionam mandiocultura no agreste alagoano
A mandiocultura no agreste alagoano vem crescendo e passa por momento promissor, tanto nos investimentos voltados para a cadeia produtiva, quanto nos valores alcançados pela produção e mobilização das instituições que atuam no estímulo ao setor. É o que demonstram dados do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter), implementado naquela região, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Produção Agrícola – Lavoura Temporária. Nos três municípios que integram o programa (Arapiraca, Feira Grande e Limoeiro de Anadia), os financiamentos pelo BNB para o segmento cresceram 42%, no período de janeiro a setembro de 2022, em comparação aos primeiros nove meses do ano passado, somando R$ 1 milhão. Já a publicação do IBGE aponta aumento na quantidade produzida e rendimento médio, bem como melhor valorização do produto no mercado.
O gerente de Desenvolvimento Territorial do BNB em Alagoas, Manoel Roberto Muniz destaca que o Prodeter é uma estratégia criada pelo Banco do Nordeste para estruturação de atividades produtivas, por meio de mobilização de instituições parceiras e produtores locais, para a implementação de ações que vão além do crédito, a exemplo de capacitação, assistência técnica, incorporação de tecnologia ao processo produtivo, entre outras. “No caso da mandiocultura, o Prodeter foi implantado no ano passado e já temos realizado diversas parcerias que estão garantindo a compra dos insumos com preço diferenciado, além de definição de preço mínimo para a comercialização da mandioca. Nosso objetivo é aumentar, em quatro anos, a produtividade média por hectare/ciclo da mandioca em 20%, entre os participantes do programa”, ressalta.
Para o agente de desenvolvimento que coordena os trabalhos desse Prodeter, Claudevan Santos Silva, o comércio do produto in natura está aquecido em toda a região, principalmente após a instalação de empresas que processam a mandioca para produção de farinha e fécula, o que redirecionou o destino da raiz, antes enviada para outros estados e atualmente sendo até insuficiente para abastecer as indústrias, gerando necessidade de importação. Ele cita, ainda, pesquisa que está sendo realizada com parceiros do programa para utilização do pó de rocha na fertilização da cultura. “Essa ação visa ao melhoramento da mandiocultura na região, tendo em vista que o plantio da mandioca responde bem a remineralizadores, e o pó de rocha, considerado um resíduo ambiental, tem se mostrado promissor para essa finalidade, contribuindo para uma cadeia produtiva mais sustentável”, disse.
Expansão
Segundo informações da pesquisa Produção Agrícola – Lavora Temporária, do IBGE, os três municípios integrantes do Prodeter produziram, ano passado, 55.870 toneladas, havendo incremento na quantidade produzida por Arapiraca, de 17%, em relação a 2020. Arapiraca foi também a cidade com mais toneladas (t) de mandioca colhidas em 2021, atingindo 27.100 t, seguida por Limoeiro de Anadia, com 20.720 t, e Feira Grande com 8.050 t.
Quanto ao valor de produção, houve crescimento de 95% em Arapiraca, cuja produção alcançou R$ 14,6 milhões no ano passado, em relação a 2020. Em Feira Grande, no mesmo período, o valor se manteve em R$ 3,68 milhões, após alta de 84% em relação a 2019. Já em Limoeiro de Anadia, a quantidade produzida correspondeu a R$ 9,3 milhões, em 2021, e cresceu cerca de 15% frente ao ano anterior.
O rendimento médio da produção também cresceu nos três municípios, de 2019 a 2021. O maior valor desse indicador ocorreu em Limoeiro de Anadia, que apresentou, ano passado, 14.000 quilos por hectare (kg/ha), seguida por Arapiraca, com 12.318kg/ha, e Feira Grande com 10.733 kg/ha.
“Esperamos dados ainda melhores no próximo ciclo de produção da mandioca, a partir do trabalho que está sendo desenvolvido, que propicia um maior nível de informação ao produtor, mudança de percepção sobre a cultura, que deixa de ser secundária para ser a principal, implementação de novas tecnologias, elevação da produtividade média, melhor renda na agricultura familiar, entre outros resultados”, afirmou Claudevan.
Parceiros
O Prodeter da Mandiocultura no Agreste Alagoano conta com a parceria de secretarias municipais dos municípios envolvidos, sindicatos de trabalhadores rurais de Arapiraca e Limoeiro de Anadia, Conselho Municipal Rural de Arapiraca, Representantes dos Produtores de Mandioca de Feira Grande, Associação Miracema de Limoeiro de Anadia, Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Consórcio Regional do Agreste Alagoano, e Produtos Alimentícios Tio Francisco.