Voltar BNB destaca protagonismo do Nordeste na transição energética do país em evento sobre powershoring e neoindustrialização verde

BNB destaca protagonismo do Nordeste na transição energética do país em evento sobre powershoring e neoindustrialização verde
Presidente do BNB, Paulo Câmara, fala sobre liderança da região na geração energia com fontes eólica e solar
Sustentabilidade Fortaleza (CE), 15/08/2023

“O Nordeste ocupa papel de liderança no Brasil em geração eólica e solar e pretende usar esse potencial para atrair empresas que fazem uso intensivo de energia limpa”, destacou o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, nesta terça-feira, 15, em Brasília, no evento Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas. A conferência proporcionou debate sobre legislação e financiamento de projetos de produção industrial a partir de energia verde. 

Além do presidente do BNB, participaram da abertura do seminário realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente da República, em exercício, Geraldo Alckmin, o presidente da CNI, Robson Andrade, o vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, e o diretor de Planejamento do BNDES, Nélson Barbosa.

Paulo Câmara enfatizou a importância do crédito como estímulo na transformação da matriz energética e na definição de um novo mapa para a indústria limpa mundial, com impacto positivo direto na mudança climática. “Hoje, o Nordeste é superavitário na geração de energias renováveis. Portanto, é uma região preparada para liderar a transição energética no Brasil e no mundo. Entendemos que o desenvolvimento regional passa por uma transformação contínua e reconhecemos a importância do conhecimento e da inovação como elementos fundamentais para impulsionar o avanço da economia de baixo carbono, em harmonia com os valores da sustentabilidade ambiental”, ressaltou o presidente Paulo Câmara.

Geraldo Alckmin elencou uma série de ações que o Brasil tem feito para contribuir diretamente na renovação da matriz energética e descarbonização. Exemplos disso são o uso de biodiesel, com óleos vegetais em percentuais crescentes na composição de combustível, incentivo para a renovação de frotas de ônibus e caminhões, e proteção da floresta amazônica com novo modelo de biodiversidade para geração de negócios, empregos, alimentos e remédios.

“A pergunta de agora é: Onde é que eu fabrico bem, barato e consigo compensar as emissões? Aí o Brasil tem muitas oportunidades, pois somos a grande alternativa e já ocupamos o quinto lugar entre os países do mundo em atração de investimentos. Isso pode crescer enormemente. A neoindustrialização é exatamente inovação e verde”, ressaltou Alckmin.

Para Jorge Arbache, o Nordeste reúne muitas das principais condições necessárias para atrair essas plantas industriais nessa estratégia de powershoring por conta da capacidade de produzir energia verde a custos extremamente atrativos. "O passo seguinte é atrair plantas industriais que precisam desse insumo. O que se propõe nessa estratégia é exportar energia verde embarcada no produto industrial”, explica.

O que é powershoring?

É uma estratégia de localização da produção que tem como mote a disponibilidade de energia verde, segura, barata e abundante que aproveita o movimento global de relocalização industrial associada a temas geopolíticos e a fenômenos climáticos extremos. Com isso, as plantas manufatureiras intensivas no consumo de energia em seus processos produtivos estão procurando locais com combustíveis limpos.

Debates

Durante toda a manhã, representantes de entidades de diversos setores discutiram a neoindustrialização verde no Brasil e o papel do powershoring. O economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Esteves, um dos palestrantes do evento, destacou que o Brasil tem todas as condições para ser um hub mundial de provisão de energia verde. Ele salientou o papel dos bancos de desenvolvimento no crescimento econômico sustentável e sustentado do país a partir desse novo conceito da indústria brasileira.

“A mudança da indústria nacional para que a energia limpa seja a base do processo produtivo passa por uma transformação em toda a sociedade, pois envolve regulamentação diferenciada, relações institucionais, capital humano e nova perspectiva de pensamento, infraestruturas e um forte financiamento para suportar essas transformações”, afirma. 

A necessidade de conhecer experiências internacionais e firmar acordos de cooperação com outros países também foi debatida durante o evento. O assessor especial do BNB, Everton Chaves, foi o mediador do painel que discutiu como as ações de políticas externas, contratos comerciais e de investimentos podem viabilizar e proteger os interesses do tema no Brasil.

A conferência foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB) e CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, além da CNI. Esta primeira etapa teve o foco nas políticas públicas. A segunda, com foco mais técnico e empresarial, será organizada no Rio de Janeiro, na sede do BNDES, em outubro. 

Crédito para energias renováveis

Nos últimos cinco anos, o Banco do Nordeste viabilizou investimentos da ordem de R$ 32,2 bilhões em energia renovável, sendo R$ 19,3 bilhões em plantas eólicas e R$ 12,9 bilhões em fonte fotovoltaica.
 

TAGS
crédito powershoring energia verde eólica solar neoindustrialização